Sinais Profundos.

 

 

 São eles as marcas que invariavelmente demarcam tempo vivido,

angustiantes faces sem mudança ficariam sem alçar lembrança.

Os vincos marcantes carregam consigo momentos felizes ou conflitantes,

portanto possui-los, enriquecem vivencia denotada no diferenciar da aparência.


 

Mãos habilidosas... artistas do bisturi deixem-os ficar,

pois adornam com coerência... este corpo de longa existência.

É a identidade viva, no trocar de imagem ao comemorarem data festiva,

no empilhar dos cardinais dando suporte a já acentuados sinais.


 

Não caiam na tentação de ir ao caminho do desvirtuar da feição,

em reencontro tardio, decepção ao deparar com face que apresenta evolução.

Porque quem está com o retoque é quem trará o maior choque,

o esperado seria a imagem de um corpo que ao tempo se curvaria.


 

O maquiar tecnológico que busca inverter data e retroagir do relógio,

simplesmente os diferencia dos demais... levando-te a aparências superficiais.

Apoie-se na naturalidade, que é o envelhecer com dignidade,

não deixe que o espelho reporte peso que a mente não suporte.


 

Curve-se ao envelhecimento, é o momento de reflexão e não de auto compaixão,

não se deixe iludir que sem os sinais profundos estaria liberto do ir-se de modo temporão.

O enfraquecer-se é fato real, não há como ludibriar tempo com magia do embaralhar,

portanto este rosto com um imaginário jovial... já não mais tem o suporte emocional.

 

  

                                                        Abraão Leite Sampaio.

Obra publicada através de concuso literário:

No livro "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" - Volume - 70.

 CBJE - BR LETRAS

Abraão Leite Sampaio
Enviado por Abraão Leite Sampaio em 03/08/2010
Reeditado em 15/10/2010
Código do texto: T2416956
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