Nos olhos da noite grande
Aos olhos da mesma noite
Almas que se perdem pela
Volta de um entardecer
Onde as esperas se vão silentes
Com lidas e porfias.
Aos olhos da mesma noite o poema
É eterno.
Que charla de amor,
De verso e canção...
Que até pelo moirão da
Poteira da frente, nem negada
Do flete escarçendo na frente.
O índio se bolca.
Aos ojos da mesma noite
Vejo almas andarilhas
Que caminham coxilhas
Na sina de ver as cosas.
Que talvez por algum pueblo
Desses em que índios de campo,
Se perdem sem querer muito
Encontre a copla perdida de uma
Estrela.
Aos olhos da mesma noite
Rondas de campo, se emlobunan
Buscando pelo boralho do fogo
As cosas que ontem ficam lejos.
Das velhas casas em que na pressa de um
Mate bueno, se caia a tarde
Com os olhos da noite
Assistindo o tempo.
Aos olhos da mesma noite
Me procuro entre xergas sovadas
Pelo suor da cavalhada
Em que me paro quieto a cismar.
Que aos olhos da noite
Me vou a buscar meus olhos
Por essas estrelas tão longes.