O poeta dos sons

Amou Antonia discretamente

Compôs uma sonata ao luar

Escreveu, pensou, amou e ouviu pouco

Até perder completamente a audição

Talvez não tenha ouvido sua amada

Dizer: te amo.

Não ouviu os sons das coisas,

Mas fez das coisas sons imortais.

Rendeu-se ao quarteto opus 130

E chorou diante da obra que é pura dor.

O poeta dos sons

Foi o surdo que escutou o que ninguém

Seria capaz de escutar se tratando

De beleza e inteligência musical.

Extemporâneo
Enviado por Extemporâneo em 30/05/2010
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