AS BALSAS

AS BALSAS

.MAIS UMA VEZ

UM DOMINGO SE FEZ

NAS PLAGAS DO LITORAL

NA TÉRMICA ÁGUA QUENTE

E MUITA IDÉIA NA MENTE

É O CHIMARRÃO MATINAL

CINCO HORAS DA MANHÃ

E EU COM MINHA MENTE SÃ

VOU DECIFRANDO AS ESTREMAS

DELINEANDO A UNIVERSO

E NA TELA FORMANDO VERSO

PRA MINHA OBRA DE POEMAS

UM SILENCIO SE FAZ SENTIR

E EU AQUI A USUFRUIR

DAS BORBULHAS DO CHIMARRÃO

ATO NOS TENTOS A LEMBRANÇA

DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA

LÁ NO VELHO RINCÃO

A MINHA MEMÓRIA VAI

NAS ÁGUAS DO RIO URUGUAI

EU ALI NA BEIRA SOZINHO

SEM COMPLEXOS E SEM MÁGUAS

AS LANCHAS DESCENDO COM AS ÁGUAS

PUXANDO BALSAS DE PINHO

ENTÃO VOLTO E APEIO DO PINGO

PORQUE HOJE É DOMINGO

CINQUENTA ANOS DEPOIS

SÓ NO COMPASSO DA VALSA

JÁ NÃO EXISTE MAIS BALSA

E NEM OUÇO O BERRO DOS BOIS

JÁ NEM MAIS DURMO EM PELEGO

MINHAS NOITES DE SOSSEGO

É NA MADRASTA SOLIDÃO

E O RONCO DE FAZER BUIA

QUANDO ENCHO DE NOVO A CUIA

PROSSEGUINDO NO CHIMARRÃO.

ESCRITO EM 30/05/2010 POR

VAINER DE ÁVILA

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 30/05/2010
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