Cuide bem deste coera...
Um dia bem sedo o meu avo encontrou lá na mangueira
Um menininho, coitadinho tremia de frio, recém nascido
Ainda sem corta o umbigo
Ali mesmo com uma peixeira o seu umbigo cortou
E com uma palha de milho amarrou
E na porteira o seu umbigo enterro.
E nos braços da minha avó colocou
_ Cuida bem deste coera.
Tenho certeza que na velhice nos cuidará
Que muito vai, nos ajudar
E ali foi crescendo pelos pagos correndo
À tardinha para os braços da minha avó corria
E assim dizia:
_ Mãezinha como eu amo você
E quando a velhice chegou do lado dos dois não se afastou
E todos comentavam como podia com tanto amor
Aquele moço dos velinhos cuidar
E quando os enterrou,
Ali nas sepulturas muitas lagrimas derramou
Colocou uma flor e para os pagos retornou
Lá uma linda familha formou
Esta e a história do meu padrinho
Que todos chamavam de negrinho.