Já esta asertado...

Um galpão com um fogo de chão alguns tição
Um braseiro formado os campos cobertos de
Geada o vento mino ano assobiava

Num tição sentado eu ali do seu lado o chimarrão tomava
Este era o meu avô que eu tanto amava
O seu cabelo branquinho acariciava

A sua proeza de pião me contava como
Era ligeiro e com um golpe certeiro um boi
Derrubava
Agora já nem a cavalo pode andar

A idade veio lhe derrubar com os olhos
Baixo para as coxilhas não quer olhar
Já não posso agüentar ver o meu avo

Com o corpo tão cansado ali naquele tição
Sentado um dia me falou: _ a minha lida aqui
Já acabou vou trabalhar com nosso senhor

_ Já está acertado está faltando peão lá nas invernada
No outro dia já não acordava
Perguntavam-me por que eu não chorava
Vendo que o dia se aproximava

Comigo se preocupavam assim falei:
_ Os seus pertences ele me deu
Contou-me que ia trabalhar para nosso senhor

E todas as noite no seu pala eu me enrolava
Para as estrelas olhava e parecia uma boiada
Eu imaginava o meu avô
No seu cavalo montado rebanhando aquele gado.
Dona Joana
Enviado por Dona Joana em 05/04/2010
Reeditado em 01/02/2012
Código do texto: T2177753
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.