Já senti o sangue correndo nas veias!

Nasci numa noite de lua cheia,

Abri os olhos e ali um gaucho num pala

Enrolado sorrindo ao meu lado!

Que foi pegando o meu umbigo e cortando

E com um barbante amarrando

E foi nos braços da minha mãe colocando!

E eu chorava sem para.

Ali um bico de couro começou a costurar!

E o leite fresco numa garra foi colocar!

Eu ali olhando,

Nem imaginava que era para eu mama!

No seu colo tão quentinho eu mamei todinho!

E depois fui adormecendo,

Senti que ele me protegia com carinho me olhava,

E de minha filha me chamava!

Um fogo de chão uma chaleira preta o chimarrão!

Uma panela de ferro sobre as brasas num gancho

Pendurada a comida sedo preparada!

Hoje com todas as prosas e comidas novas

Ainda não comi nada tão gostosa como as comidas

Que o meu pai preparava!

Num prato de lata esmaltado com uns pedaços descascados,

Com uma colher de pau a comida eu saboreava,

Ainda bem pequena a pele morena do sol queimada no

No colo do meu pai saia pelas invernadas!

As rédeas do cavalo eu segurava!

Meu pai me falava e eu escutava...

Com o seu pai vais aprender que um dia ainda quero ver você,

Toma conta desta invernada!