Semeando ideais
Dedilho as cordas do tempo
Na guitarra das quimeras,
E ao repontar primaveras,
Com o poncho de emoções,
Trago no peito os brasões
De tropeirito um-criança
Que a esperança cabresteando
Cavalgando ilusões Vai.
Sou a ânsia de viver
Que brota a cada momento
Nas Gineteadas do vento,
Domando o pago infinito.
Sou o silêncio de um grito
Que peleia por justiça,
Pois a força não maneia
Nem torna o peão proscrito.
Sonho um sem Porteiras pampa,
Sem preconceitos nem castas,
Com direitos e deveres
Com o suor conquistados;
Sem rebanhos esfaimados
A andarilhos trotear,
Bordando de sangue os Trilhos
Que o poder traçado tem OS.
Basta uma nesga de terra
Ideais para se plantar;
O Pranto dos Funerais
Há de regar a semente
Que brotará na vertente
De meus sonhos imortais.
Jorge Moraes - Livro: Acalantos