Num certo fim de tarde, pensou Inácio

Numa tarde dessas Inácio se pegou

A encismemar e pensar nas cosas de

Ontem.

Pois quem bota pealo de todo o laço,

Uma hora fica pealado pela volta

Que as almas caborteiras fazem.

Que das esporas atadas com tentos

E segredos pela boca dos potros,

Que com a calma da sua doma

Guardam rumos de estrela andarilhas.

Inácio quem de pouco sorria pela

Porteira afora, com lembranças

De outro portal onde na desencilha

Mirava flores no rumo da porta.

Pela lembrança potra maula

Que ficou com a mirada pelo

Campo, com um sueno sinuelo

Como se chamasse a ponta.

Que por um lenço colorado,

Trocou por um preto.

Pra guardar o seu luto solito.

Que das esperas das rondas largas

Pela voz do mate o Inácio,

Revia recuerdos perdidos pelas

Labaredas que levanta junto ao fogo.

Rebeldias de potros, que fizeram

Em seu peito, dá dor guardou ,

Pra seu lenço negro igual a uma noite

Que sai sem luna e estrelas madrugueiras.

Inácio na sua pressa se faz recoluta,

Fez morada sem querer nas estradas

Ao gostar de uma estrela, pois soube

Por si, que elas não são pra ficar

Debaixo do chapéu, que do céu

Longe fica pra quem mira sob

Os arreios, segurando firme na rédeas do

Bocal, lembrando do regalo guardo junto

Ao seus guardados mais buenos.

Que não saiu nunca da caixa, donde

Inácio mira sem abrir e se para ensimesmar,

E volta pra si.

Ginete
Enviado por Ginete em 13/12/2009
Código do texto: T1976545
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