Bocas vazias, em charlas pobres...
Tem tanta cosa errada nesse mundo velho.
Gente que prosea de mais...
Gente que charla algo se nem
Saber que não sabe.
Bocas vazias, que nem com mates
Se calam pra talvez recolutar,
Que é bueno pra si...
Quando não gosto da prosa
Miro no olhos e saio fazer algo
Ou me calo com o mate de minhas
Confidências miúdas.
Bocas que charlam mais
Não pensam...
Não ouvem e muito menos
Sabem que charlam.
Ah tenta cosa que tem pra fazer
Em cada dia, que se detem
Por cosa pouca.
Vejo os das casas se perdendo
Num estrangeirismo soberbo.
Dando voz e tom a recém
Chegado de outras plagas.
Que me pergunto?
Num floreio enquanto mateo,
Será que sentem algo por dentro?
Ou só charlam por serem bocas vazias?
Bocas sedentas por pouco,
Pra fazer de pouco muito!
Enquanto alguns se param
Quietos no seu mate.
Proseam de coplas vazias
E em milongas que nem sentem
Por um segundo que pensam.
Charlam prosas vazias sem
Nem saber que querem pra si?