O Paisano e o Gaúcho

No relógio da vida

Há um poema que canta

Que quando o sol se levanta

Beija a relva florida.

E o vento sudoeste

Que sopra com inclemência

Deixando toda a essência

Salpicada pelo agreste.

E no pago, a tristeza

Invade os corações.

E não ardem os fogões

Em sua galharda frieza.

É o paisano, o gran senhor

O que se diz muito forte.

Quem tem um ódio de morte

Ao gaúcho que crê ser traidor.

Assim andando sempre ao trote

O paisano ao pago recorria

E em seu cavalo parecia

Um fidalgo. Dom Quixote.

Olhando de um lado a outro

Com olhos de gavião

Disse com cruel expressão:

“ Eu hei de domar esse potro !”