Na boca do mato vi dois olhos
“Vortava” de um torneio
Que pelo dia passei
Botando corda junto
Com meu povo.
Pela boca noite gineta
Estrelas e uma luna em quarto crescente
Virando quase já
Pra cheia.
Cruzei a porteira da frente
No mais ao pacito,
Numa égua buena.
Despedi de um amigo que veio
Junto e mora mais afrente.
Me fui no mais ao tranco
Pelo corredor que pela
Frente do mato a égua “murchou”
As orelhas .
E estaqueou que nem a grito
E muita espora se mexia.
Que quando mirei junto
A picada.
Dois olhos vermelhos me miravam
De “soslaio” sorrindo e babando.
Era um cusco do tamanho de um
Petiço gordo.
Cutuquei mais forte
Pela “vorta” do pescoço
Que esta égua “sartou”
Bem na frente a galope.
Que logito saiu me
Campeando atrás da potra.
Mirava pra traz e o cusco
Perto e eu a todo galope
Que tinha.
Me seguindo pelo corredor
Das casas.
Foi quando pela frente
Uma porteira das casas.
A cuscada buena saiu
Brava me campeando .
Ralhei e chamei pelo nome
De cada uma dos cuscos.
Que ao redor de min e da potra
Suada da fuga do bicho.
Ficaram rosnando com raiva.
Entrei no galpão adentro
E a cuscada saiu
Pra o jeito do passo.
Ao longe ouvia os ganiços
E gritos de algo no
Passo.
O capataz saiu pela frente
Das casas de trinta na mão.
Achando que era ladrão
Pelo barulho dos cuscos.
Charlei pra ele que tinha
Acontecido no corredor das casas,
E me fui rescostar pra lida
Do outro dia.
Pela manhã a cuscada machucada
Da briga.
E pela redondeza o causo que
Sei que não foi causo.
Do cusco do tamnho de um petiço
Gordo e de “zoio” vermelho.
Cruzei a semana antes
Da quaresma ressabiado com o capão
A noite.
Que depois de uns dias
Recoluto por casa.
Me fui beber uma canha
De tarde depois da lida.
E quando entrei no bolicho.
Mirei num canto um tudo machucado
De meus cuscos.
Que charlava que tinha apanhado
Da mango da china
Que tinha chegado “beudo”.
Mas china não morde
Feito a cusco?
Cruzou um tempo
Num baile de campo.
Soube que tinha se ido numa
Briga atrás da igreja.
Pediu pra ir pra fora
Dentro do cemitério
Atrás da igreja.
Na pelia com um nego mais quebra
Que um aporreado de dez anos.
Quando rasgou a camisa,
Já transformando em cusco.
Na bala o nego deu o primeiro
Balaço bem no peito,
Com bala cruzada e benzida
Pra quaresma na precisão.
Mesmo assim se veio
Pra cima pedido briga.
E mais um balaço na venta
E outros acabando com seis
Balas cruzadas.
Antes que virasse cusco
Se acabou.
E capão depois ficou
Mal assombrado pela quaresma.
Ainda se ouve os ganiços
Do cusco do tamanaho de um
Petiço gordo, e as vez se vê
O “zoio” vermelho pela noite
Luna grande.
Que sei bem que ouvi e vi
Pelo corredor, e quase
Me fui pra outro mundo
Poe um cosco.
Que juro pelo mais sagrado!
Que era do tamanmho
De um petiço gordo.
E que era o Vitorino.
Obrigado amigo Fabio por essas historia
que foi de veras.