Com a Mirada na Aurora

Na baeta colorada que mostra

O pala negro.

Um mate recém cevado

Que longo se vai lentamente lavando.

No olhar que vai parando rodeio

Se vai pelo corredor,

No beijo que guardou pela

Bomba de prata.

Na espera pelo final da madrugada

Sai uma aurora rubra

E maragatiada que pelo longe

Ainda o orvalho solta-se das flores.

Na mirada que longe se vai

Na mangueira ficou um laço

Posando no sereno.

Nos olhos da manha que assistem

Junto comigo o sair do dia

Metendo a cara no buçal.

A tropilha mansa pra lida

Se para pela frente pedindo

Trato, mas não encilho

Que as minha, pelo campo se

Espalha pedindo bastos.

O patrão, me olha convidando

Pra o serviço.

Minhas esporas que pousaram

Pelos contra fortes das botas.

Esperam a manhã surgir

Pra encilhar mais um que se

Amansa pelo serviço de lida

E rodeio.

Que nos olhos se via

Procurando na aurora

Que ontem foram cosas primeiras

E hoje são recuerdos.

Na manhã que destapa ainda

Me paro ainda matear.

Ginete
Enviado por Ginete em 21/10/2009
Código do texto: T1878999
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