RECORDANDO OS VELHOS TEMPOS

RECORDANDO OS VELHOS TEMPOS

EU JÁ CONHECI TANTAS TERRAS

OUVI FALAR EM GUERRAS

TENHO A ALMA SOVADA

SOU GAÚCHO DA TERRA MISSIONEIRA

MAS NUNCA PRECISEI DE TRINCHEIRA

PRA ME ESCONDER DE UMA TRAIÇÃO MALVADA

SEMPRE FUI TAURA MANHOSO

DE TINO AFIADO E CAPRICHOSO

COM A DESCONFIANÇA NOS TENTOS

JÁ MAIS ENTRAVA NO MATO SEM FACÃO

COM UM PÉ ATRAZ PRA QUALQUER OCASIÃO

E ANDANDO SEMPRE A FAVOR DOS VENTOS

SOU CANHOTO PRA USAR O MACHADO

MAS NUNCA TIVE LADO

PRA ALÇAR A PERNA NO PINGO

SEMPRE FUI MAU DANÇADOR

MAS NA CONQUISTA DO AMOR

TODO DIA PRA MIM ERA DOMINGO

A VIDA ME FOI FACULDADE

SEMPRE GOSTEI DE LIBERDADE

COMO O INSTINTO DOS POTROS

NUNCA VISEI A GANÂNCIA

NÃO GOSTAVA DE MORAR NA ESTÂNCIA

E NEM DE SER MANDADO PELOS OUTROS

QUE LINDO ERA UM TIRO DE LAÇO

COMO TAMBÉM OUVIR O COMPASSO

DE UMA RANCHEIRA TROTEADA

DE ESPANTAR AS BUTUCAS

NOS BAILES LA DE SÃO LUCAS

NUMA NOITE ENLUARADA

E NA HORA DOS BOLO FRITO

EU PULAVA QUE NEM CABRITO

NA DIREÇÃO DA COZINHA

CAFÉ PRETO ESTOU NO MEIO

PRA OLHAR DE ESCANTEIO

PRA FILHA DA VIZINHA

AS RECORDAÇÕES HOJE EU TRAGO

DAS PRENDAS LINDAS DO MEU PAGO

DOS CONFINS DO MEU RINCÃO

E POR ONDE ESTE CUERA ANDOU

A ÚNICA COISA QUE SOBROU

FOI A LINDA RECORAÇÃO.

ESCRITO EM 19/10/2009 POR

VAINER DE ÁVILA

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 19/10/2009
Código do texto: T1875233
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