Dos Ferros Garroneiros

O calor da espora fazia

Dos garrões o altar mais sagrado

Prá índio que gineteia.

A nazarena prá pingo

Manso.

As chilenas prá ir em festa

Campeira.

As sete dentes prá o índio

Que gineteia, pois ela que dá

Sustento prá as pernas quando

A vida fica por um corcoveo.

O calor do aço da espora

Cruzou os tempo fazendo

Potro e éguada aporreada se amansar

A campo.

Esporas que me fazem ermãos

De tantas nações que andam,

A cavalo.

Mas, só a minha, que tenho

Devoção, por um par de garras.

Garras tenhos elas por parceiras

De domas e camperiadas.

Que no seu milongar chorado

Vai talariando pelo corredor,

Sentada sob os garrões.

Espora que abre risco fundo

No chão dá mangueira e fica

Faceira quando tem lida de

Corda e potro.

Chilena, nazarena e sete dente.

Corta o espaço e o ar prá nas

Paletas cutucar e instigar o cavalo

A golopiar.

E fazer potro se abrandar

Quando os ferros garoneiros

Se fazem o seu serviço antigo

Na doma a campo fora.

Prá depois num fim de tarde

Rever suas quimeras no lombo

Arcado de um potro.

Revivendo cada segundo

Quando num estouro de doma

Se faz presente.

Ginete
Enviado por Ginete em 05/10/2009
Código do texto: T1849362
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