Dos Ferros Garroneiros
O calor da espora fazia
Dos garrões o altar mais sagrado
Prá índio que gineteia.
A nazarena prá pingo
Manso.
As chilenas prá ir em festa
Campeira.
As sete dentes prá o índio
Que gineteia, pois ela que dá
Sustento prá as pernas quando
A vida fica por um corcoveo.
O calor do aço da espora
Cruzou os tempo fazendo
Potro e éguada aporreada se amansar
A campo.
Esporas que me fazem ermãos
De tantas nações que andam,
A cavalo.
Mas, só a minha, que tenho
Devoção, por um par de garras.
Garras tenhos elas por parceiras
De domas e camperiadas.
Que no seu milongar chorado
Vai talariando pelo corredor,
Sentada sob os garrões.
Espora que abre risco fundo
No chão dá mangueira e fica
Faceira quando tem lida de
Corda e potro.
Chilena, nazarena e sete dente.
Corta o espaço e o ar prá nas
Paletas cutucar e instigar o cavalo
A golopiar.
E fazer potro se abrandar
Quando os ferros garoneiros
Se fazem o seu serviço antigo
Na doma a campo fora.
Prá depois num fim de tarde
Rever suas quimeras no lombo
Arcado de um potro.
Revivendo cada segundo
Quando num estouro de doma
Se faz presente.