Se vai no rumo quem não tem a quem voltar
O ginete que não tem
A quem voltar.
Se desgarra junto aos corredores
Com a alma por diante.
Se aparta por luzeiros
E por restos de bailes,
Onde a suerte se para
Pelo ferro branco.
O ginete que não tem
A quem voltar.
Se para pelas bocas
Com os olhos procurando nas estrelas.
Que pela polvadeira que levanta
Sai sem saber que rumo
As vezes seguir, que na alma
Se destapa lejos.
Na boca um sabor de mate
Que vai buscando pela lida
Que desenha as horas
E busca seguir.
Que das sombras onde,
Num fim de tarde quando os
Outros voltam, se mira
Que as estrelas se desgarram junto aos olhos.
Que miram sorvendo a luna,
Que longe surge anunciando
A noite que parceira de ronda
Vai ser mais longa.
O ginete que não tem
A quem voltar.
Vai no rumo que o vento
Vem batendo nas melenas.
Que bem mais lejos
Mira no horizonte que por
Mais lejos sabe que só tem
O campo e aguadas que surgem
Na frente dos olhos.