Me fui.
Me justei numa tropa
Pra ver se esquecia das cosas
Que me esporeavam a alma.
Sentei que o sabor do mate
Tinha se amargado por demais.
Então me larguei pelo mundo.
Numa cisma gauderia me fui
Na encilha gastas me fui perdendo recuerdos
Com luna mentirosa de sorriso
Gravados na luna a tropa espichava.
Nas rondas enquanto a tropa
Cuidava dos meus recuerdos
Mirando longe.
Cruzei o Urugauai pela velha
Santana com a minha alma
Perdida se afogando pelos recuerdos
Que tenho.
Antes na velha São Borja
Me perdi pelas chinas,
A procura de carinos perdidos
Nas plagas mui largas mirei
Um luzeiro que atava meus pingos.
Por terras paisanas me fui tocar
Essas tropa tão minha,
O patrão que num tubiano chamava
A ponta o lenço negro atado junto a peito.
Cruzei províncias que paisanos
Me miraram de soslaio, segui
Tocando pra bem longe as cosas minhas.
Na tropa ia um gateado alço
E bueno que por respeito não encilhei.
Pra não lembra de um que ficou
Longe na polvadeira nos altiplanos da serra.
Fui tão longe que talvez nem meu
Pensamento chegava.
Quando cruzei o deserto indo rumo ao
Ao valle na privincia de La Pampa.
Nas miragens de aguada com a boca seca
Por mate te mirava longe junto
As aguadas sumiam junto aos olhos.
Fui pra bem longe pra ver se esquecia.
Fui tão longe que perdi a boeira,
As estrelas sugiam e sumiam nessas lonjuras,
Mas a luna me trazia um sorriso gravado.
Resolvi voltar seguindo o rastro
Sem saber que longe mais ainda
Me esporea.