Me fui.

Me justei numa tropa

Pra ver se esquecia das cosas

Que me esporeavam a alma.

Sentei que o sabor do mate

Tinha se amargado por demais.

Então me larguei pelo mundo.

Numa cisma gauderia me fui

Na encilha gastas me fui perdendo recuerdos

Com luna mentirosa de sorriso

Gravados na luna a tropa espichava.

Nas rondas enquanto a tropa

Cuidava dos meus recuerdos

Mirando longe.

Cruzei o Urugauai pela velha

Santana com a minha alma

Perdida se afogando pelos recuerdos

Que tenho.

Antes na velha São Borja

Me perdi pelas chinas,

A procura de carinos perdidos

Nas plagas mui largas mirei

Um luzeiro que atava meus pingos.

Por terras paisanas me fui tocar

Essas tropa tão minha,

O patrão que num tubiano chamava

A ponta o lenço negro atado junto a peito.

Cruzei províncias que paisanos

Me miraram de soslaio, segui

Tocando pra bem longe as cosas minhas.

Na tropa ia um gateado alço

E bueno que por respeito não encilhei.

Pra não lembra de um que ficou

Longe na polvadeira nos altiplanos da serra.

Fui tão longe que talvez nem meu

Pensamento chegava.

Quando cruzei o deserto indo rumo ao

Ao valle na privincia de La Pampa.

Nas miragens de aguada com a boca seca

Por mate te mirava longe junto

As aguadas sumiam junto aos olhos.

Fui pra bem longe pra ver se esquecia.

Fui tão longe que perdi a boeira,

As estrelas sugiam e sumiam nessas lonjuras,

Mas a luna me trazia um sorriso gravado.

Resolvi voltar seguindo o rastro

Sem saber que longe mais ainda

Me esporea.

Ginete
Enviado por Ginete em 03/09/2009
Código do texto: T1791061
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