VELHO TIÇÃO

VELHO

TIÇÃO

VELHO FOGO DE CHÃO

ONDE O ARDENTE TIÇÃO

PROPORCIONAVA O BRAZEDO

COM TANTA LENHA E GRAVETE

PRA ASSAR MILHO CATETE

PELA MANHÃSITA BEM CEDO

INVERNO DE RENGUIAR GUAIPECA

ENTÃO O JEITO ERA GASTAR SECA

E MUITA CONVERSA FIADA

ERA SÓ GENTE FAZENDO PLANO

ENQUANTO SOPRAVA O MINUANO

E OS CAMPOS BRANCOS DE GEADA

OS QUERO-QUERO NA COCHILHA

O BERRO DE ALGUMA NOVILHA

SE QUEIXANDO DO FRIO

O MOTOR DE UMA LANCHA CASTELHANA

OU ENTÃO ALGUMA CHALANA

SUBINDO OU DESCENDO O RIO

LABAREDA FOGO DE CHÃO

ESQUENTAVA TODO O GALPÃO

MANTIMENTO NO BALAIO

POIS TINHA TUDO LÁ EM CASA

MILHO VERDE NA BRASA

E MANDIOCA NO BORRAIO

PARA O DESCANSO E O SOSSEGO

UMA CAMA DE PELEGO

E O LUMBILHO DE TRAVESSEIRO

AQUELE TIÇÃO QUEIMANDO

E OS MESES IAM PASSANDO

E SE IA O INVERNO INTEIRO

CHALEIRA PRETA CASCO GROSSO

SÃO MINHAS LEMBRANSAS DE MOSSO

GAROTÃO MUITO AFOITO

DESSES CRIADO EM GALPÃO

AO RONCO DO CHIMARRÃO

DOS IDOS DE CINQUENTA E OITO.

ESCRITO EM 26/05/2009 POR

VAINER DE

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 27/05/2009
Código do texto: T1617136
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