Pela boca da noite

um mate por um entardecer sinuelo.

me foi surgindo cosas da alma.

Foi mostrando pelo baio da tarde

suenos de ontem.

Segredos de um ginete,

que por um mate guardou

coplas e sorrisos.

Que pelas voltas do tempo

foi escrevendo pelas esporas

na terra dura da mangueira.

Na volta desse entardecer com

baio secando o lombo pela porta

do galpão.

Num canto um potro, noutro

anciãs e rebeldias mal domadas.

Cambiou coplas e suenos pela

boca da noite.

Nessa sina de ser campo e alma

guardou pela boca um gosto de

mate e coplas.

Que ao trote de um entardecer

que vem com zorzal pela volta,

Que nas estrejas na planura

de um céu zebruno que vem me mostram.

Uma que me aponta

prá um sueno que com há luna

converso prá ver se chega

mais perto de quem também mira há luna.

Pela ramada de um ranchito

de flores na porta.

Ginete
Enviado por Ginete em 20/05/2009
Código do texto: T1604966
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