Romance do Sol
O sol se entra pela janela
aberta com jeitos de mirar
longe.
Há luna se escondeu no céu
que do negro pala virou
há baeta azul pra mostrar
sua cor.
O potro se impacienta atado
no palanque do centro do galpão.
O radio florea numa chamarrá
ligeira.
Que se encilha com calma
mirando o longe que se
faz na moldura do galpão.
O bocal bem apertado,
faz emfrenação na hora de alçar
há perna.
Se estende o tranco, depois o trote
se vai pela quinchá do campo,
costeando o rio até no passo.
Na volta mirando o mesmo horizonte
largo entre o lombo e o céu,
miro estrelas que ficam cadentes
nos meus olhos.
Que no céu, mirando coplas
e sonhos sinuelos pela volta
da noite grande.
Nisso o sol, se esconde
com jeitos de não ir.
Deixa um rasto de suas esporas
riscando fundo no céu.
Deixa prá traz seu bem querer
pela luna, que vem vindo
sorrindo pelo caminho,
de pala de prata.
Dedicado a uma estrela madrugueira...