Um potro, depois um pingo bueno
Meu pingo que da cerca
mira o corredor, na espera
da hora de ir no jeito do galpão.
Quando encilho na pressa que
me faz costado, sabe só por
meu andejar o jeito da lida.
Pingo mestre de campo e rodeio.
Que dos meus bastos sabe
quando um pealo de toda há corda
escapa no jeito das mãos que correm ganhando
o mundo além do campão.
Na sua soberania me espera
enquanto sorvo o cariños
por uma ramada atado num cedro
pela frete.
As vezes se impacienta,
que se atira nas garras,
me pateando com jeitos de aporreado.
Mas se o pingo é iguala o dono,
o meu talvez seja andarilho.
Que busca há volta mirando uma
estrela que sempre por perto de um rancho
quinchá e santa fé se desgarra.
Que de idas e vindas, golpeando
potros que não são meus.
Esse depois de tanto pegar
potros e fazer pingos pras os outros.
Recolutou só pra meus bastos.
Nas curvaturas das botas moldou
os ferros das esporas e dos estrivos.
De rodadas em potros maula,
e de potros que nem prá carga serviam.
Fez há alma, sempre buscando
um flete florão de tropa.
Que roubou pelo da noite
se luna pra ser um pingo de
procedência.