Domando e Copliando
Sou pajador e domador,
vivo riscando com as chilenas
soltando flechilhas das patas ligeiras.
Escrevo nas linhas as vezes mal
traçadas de um papel qualquer
uma copla pra meu costeio.
Miro longe o posto dobrando
no meus olhos, que buscam
sentidos prás os bocais.
Que nas idas e vindas
moldei os estribos nas curvas
dos garrões, misturando
em pelos e estouros de potros.
Coplas e lidas de pastoreio
Com as garras que as vezes sagram
nas paletas salpicando pelo pelo.
Alguma copla que se desgarra
ganhando o mundo da minha boca
que tange pela vargea vem se
acoleirar num papel branco.
Na copla miro estrelas e sonhos
pela ramanda, nas esporas
me garanto cutucando redomão
pelo serviço de campo.
Que minhas esporas não se vão prá
enfeite dos garrões.
E minhas coplas espalho elas
pelo vento prá romper as coxilhas
e meu pago.
E no andar desgarro sovando
potro e cuiudo me fiz ginete
prá ai enfrenando há vida na pressa
que o sentido dos baguais vão me
levando.