Domando e Copliando

Sou pajador e domador,

vivo riscando com as chilenas

soltando flechilhas das patas ligeiras.

Escrevo nas linhas as vezes mal

traçadas de um papel qualquer

uma copla pra meu costeio.

Miro longe o posto dobrando

no meus olhos, que buscam

sentidos prás os bocais.

Que nas idas e vindas

moldei os estribos nas curvas

dos garrões, misturando

em pelos e estouros de potros.

Coplas e lidas de pastoreio

Com as garras que as vezes sagram

nas paletas salpicando pelo pelo.

Alguma copla que se desgarra

ganhando o mundo da minha boca

que tange pela vargea vem se

acoleirar num papel branco.

Na copla miro estrelas e sonhos

pela ramanda, nas esporas

me garanto cutucando redomão

pelo serviço de campo.

Que minhas esporas não se vão prá

enfeite dos garrões.

E minhas coplas espalho elas

pelo vento prá romper as coxilhas

e meu pago.

E no andar desgarro sovando

potro e cuiudo me fiz ginete

prá ai enfrenando há vida na pressa

que o sentido dos baguais vão me

levando.

Ginete
Enviado por Ginete em 22/04/2009
Código do texto: T1553611
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