Flores da ribalta

Flores da ribalta

Cenário sempre quase pronto

Figurino ainda em retoques

Texto passado por trás das rotundas

Luzes ensaiam o anoitecer da cena

Num paradoxo de já ser noite

Platéia sempre cheia

Com lugares reservados nunca usados.

Roldanas levantam paredes

Como se tudo fosse mentira.

No espaço de um palco

Cabe o mundo, o universo.

Objetos ainda faltam!

Que falta poderiam fazer?

Completo pode ser qualquer vazio.

E no abrir da cortina os atores!

Sempre fingem representar,

O que na vida sempre fazem.

Apenas aguardam os aplausos finais,

Que na vida é apenas silêncio,

Com algum choro, flores e cortejo.

Jaak Bosmans 19-04-09