Copla de Alma

Vejo campos nos meus olhos

mesmo mirando as paredes do

galpão.

Miro longe um campo que

é só meu.

Que só eu andejo , numa estampa

domingueira solito no rumo que me

leva os bocais.

Que pela porta do galpão

em horas as vezes longas,

miro estrelas.

E me lembro de horas curtas

com estrelas cadentes pela

volta, e uma que roubou o brilho

da luna pra seu sorriso.

Nesse campo onde guardo

meus mais precisos guardados

com jeito e tempo.

No templo do campo afora

esparamo potros na lida

onde escorre meu suor.

Que nos tentos dos bastos

apresilho minha alma.

que se fez andarilha por ranchos

e galpões.

Nos olhos que mirando campo

minha alma as vezes se alvorota

e as vezes se acalma, tem vezes

que me acalambro por hora.

E por um mate bueno

fico no meu campo onde

só sei bem como se alarga nos

meus olhos.

Que quando recorro meu campo

vivo na minha alma.

Cuidando do tranco, e me vou.

Mirando as estrelas que se desgarram

riscando o céu.

Ginete
Enviado por Ginete em 19/04/2009
Código do texto: T1548654
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