Copla de Alma
Vejo campos nos meus olhos
mesmo mirando as paredes do
galpão.
Miro longe um campo que
é só meu.
Que só eu andejo , numa estampa
domingueira solito no rumo que me
leva os bocais.
Que pela porta do galpão
em horas as vezes longas,
miro estrelas.
E me lembro de horas curtas
com estrelas cadentes pela
volta, e uma que roubou o brilho
da luna pra seu sorriso.
Nesse campo onde guardo
meus mais precisos guardados
com jeito e tempo.
No templo do campo afora
esparamo potros na lida
onde escorre meu suor.
Que nos tentos dos bastos
apresilho minha alma.
que se fez andarilha por ranchos
e galpões.
Nos olhos que mirando campo
minha alma as vezes se alvorota
e as vezes se acalma, tem vezes
que me acalambro por hora.
E por um mate bueno
fico no meu campo onde
só sei bem como se alarga nos
meus olhos.
Que quando recorro meu campo
vivo na minha alma.
Cuidando do tranco, e me vou.
Mirando as estrelas que se desgarram
riscando o céu.