Mate, Copla e Campo.

Mate, Copla e Campo.

Quando venho de prá meu

galpão há saudade se vem de tiro,

me faz ter frio e me emponchar .

Matea junto comigo, e me mostra

um sorriso na luna.

Escrevo uma copla singela

num pedaço de papel do embrulho.

Miro longe, o pingo bueno

pastando na sua silueta

no meio do pasto escuro.

Talvez nem sinta saudade

de que mira em uma janela

há luna também.

Num sorriso largo, hora

que estampa há face,

noutro se perde na sua saudade.

Ajeita o lenço, tira as garras

lava o rosto e o tempo.

Passa ao tranco.

Uma milonga, se abre em cancha

no radio num canto do galpão,

há velha solidão perto do fogo

me mira com olhos de agora.

Prá me tomar o mate mirando

uma luna que me deixa,

bem perto.

Depois de um dia de lida e rodeio,

delongas em porfia,

Num mate longo com um beijo

guardado na bomba.

Ginete
Enviado por Ginete em 12/04/2009
Código do texto: T1536015
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