SAGA DE TROPEIRO

SAGA DE

TROPEIRO

ENQUANTO O BUGIO RONCA

O TROPEIRO APRONTA

OS APETRECHOS DA ENSILIA

RASQUETEIA O ANIMAL

DÁ O MILHO NO EMBORNAL

AO MELHOR DA TROPILHA

A ÁGUA QUENTE NA COMBONA

RELINCHA A REDOMODA

O PEÃO SORVE O CHIMARRÃO

CANTA O SABIÁ GRITA A GRÁLIA

ACENDE O CIGARRO DE PALHA

E ENCILHA O PINGO ALASÃO

LÁ VAI O TROPEIRO GAÚCHO

NO SEU SISTEMA SEM LUXO

AO TRANQUITO NO MÁS

SENTINDO O SOPRO DOS VENTOS

LEVANDO RECUERDOS NOS TENTOS

DE UMA PASSADO QUE FICOU LÁ A TRÁS

O TROPEIRO DAS MADRUGADAS

RONDA O GADO PELAS ESTRADAS

NOS CORREDORES DA ILUSÃO

SENTIDO O CHEIRO DE ESTRUMES

SE AVIZINHANDO AOS VAGA LUMES

NA BRUME DA ESCURIDÃO

VELHO PAMPA SEM DONO

RELEGADO AO ABANDONO

DO MUNDO CIVILIZADO

NOS CONFINS DO CHÃO BRASILEIRO

SURGE ENTÃO O TROPEIRO

REPONTANDO TROPAS DE GADO

HOJE O TROPEIRO DESCANSA

E NO GIRAU DAS LEMBRANÇAS

ESTÃO OS APEROS DA SAUDADE

NÃO EXISTEM MAIS TROPEADAS

SÃO PAGINAS VIRADAS

NA MARCHA DA HUMANIDADE.

ESCRITO EM 06/04/2009 POR

VAINER DE ÁVILA

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 07/04/2009
Código do texto: T1526805
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