No Descanso do Chapéu
Meu chapéu debochado das tormentas
ali recostado em um prego.
O barbicacho caído a espera de
meu rosto.
Escorrendo a chuva ,
que quase o desabou.
Mas como ginete agüentou
até o ultimo pingo.
Velho parceiro de tantas volteadas,
na chuva e no frio suportando
o calor dos sois do verano e o sal
do suor do rosto.
Chapéu que fiz meu rancho,
a campo fora.
Que se esconde na por suas
abas largas,
viu meu pranto, meu sorriso largo.
Tu não tem baeta vermelha.
Mas vem sempre meu lenço,
atado há mostrar o lado que somos.
Chapéu,chapéu meu chapéu.
Das confianças que se acomoda
sobre meus pensamentos.
Que agüenta os pulos e as
lidas com há criação.
Escondeu chinas e prendas,
por suas abas.
É fiel amigo, que desde muito antes
de min .
Já lutou, viveu e andejou há levar
as fronteiras nas patas dos baguais
das tropilhas guerreiras.
Mas muito antes, de já andava,
por ai, charlam os da capital.
Que era dos tempos das cruzadas.
Mas se são, então tu meu chapéu,
viu o mundo se forjar.
E eu me forjar laçador e domador.
Tu sempre vais ter canto
no meu galpão.
E sob meus olhos de campo.