No Descanso do Chapéu

Meu chapéu debochado das tormentas

ali recostado em um prego.

O barbicacho caído a espera de

meu rosto.

Escorrendo a chuva ,

que quase o desabou.

Mas como ginete agüentou

até o ultimo pingo.

Velho parceiro de tantas volteadas,

na chuva e no frio suportando

o calor dos sois do verano e o sal

do suor do rosto.

Chapéu que fiz meu rancho,

a campo fora.

Que se esconde na por suas

abas largas,

viu meu pranto, meu sorriso largo.

Tu não tem baeta vermelha.

Mas vem sempre meu lenço,

atado há mostrar o lado que somos.

Chapéu,chapéu meu chapéu.

Das confianças que se acomoda

sobre meus pensamentos.

Que agüenta os pulos e as

lidas com há criação.

Escondeu chinas e prendas,

por suas abas.

É fiel amigo, que desde muito antes

de min .

Já lutou, viveu e andejou há levar

as fronteiras nas patas dos baguais

das tropilhas guerreiras.

Mas muito antes, de já andava,

por ai, charlam os da capital.

Que era dos tempos das cruzadas.

Mas se são, então tu meu chapéu,

viu o mundo se forjar.

E eu me forjar laçador e domador.

Tu sempre vais ter canto

no meu galpão.

E sob meus olhos de campo.

Ginete
Enviado por Ginete em 26/03/2009
Código do texto: T1507434
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