Diferentes

Por vezes tentei crescer

E tornar-me mulher

Usei decotes

Calças sociais e mini-saias

Construi relacionamentos

Procurei um emprego

Ouvi menos e tornei-me menos sensível

Fracassei, nasci mesmo para ser menina

Inconsequente, e não para pensar 1, 2, 3 vezes no assunto

Mulheres prendem-se

Eu desejo a liberdade eterna

Acordar sem olhar um desconhecido ao meu lado, na minha cama

Desejo não andar com roupas ousadas

Prefiro as minhas

Que são a minha cara

Não a casca de mulher

Mas a alma de menina

Que sofre com a transformação do corpo que era dela

E uma desconhecida tenta tomar

Sem pedir licença

Muda minha vida

E diz que e hora de acordar

Meus sonhos coloridos de menina

Frustam-se nas palavras da mulher

Que diz que os sonhos são inúteis

Quando não se pode realiza-los

Mudando completamente

Os planos que um dia tracei

Tento não deixar me dominar

Mas vejo que já é inútil

Pois a senhora chamada Vida

Bateu a porta

Sabendo que não recuso desafios

Desafiou-me a ter alma de menina

E conviver com a grande mulher que há em mim

Desafio aceito!

Letícia Rocha
Enviado por Letícia Rocha em 21/02/2009
Código do texto: T1451127
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