Da Sina Domeira.
Era combate de guerra
Entre potro e ginete.
Aquilo era força bruta a
Campo fora.
Alma minha que ia enforquilhada
Aos corcovos do maula
Que se blandiava da lombo,
Procurando a bolcada.
A morte fazia madrinha
Prá ver se ganhava mais
Um reponte de almas.
Enquanto jogava na carpeta
Mais alta, que era a vida.
A estância se silenciava quando
Ouviu cortar os ferros dos potros
Que foram um a um metendo a cara
E boca no bocal.
A mangueira era pequena
Que sempre num grito:
- De abre a porteira!
Prá sair a campo fora.
Pelear com sorte e talvez
Arrancar sorrisos de quem
Fica pela travas da mangueira,
A mirar quem gineteia.
É quando potro corta os
Ferros que se vê que o campo
Tem mais sentido prá um
Ser.
Que alma de campo vive
No meu coração, pulsando
Forte.
Que numa ginetiada prá
Domar que esperança paleteia
Com a sina de ginete.
Que nas esporas que fazem
Como adagas no duelo de
Potro e ginete.
Assim a lida se traz pras
Casas a vida e o rumo
Que muitos são das domas
E camperiadas.
Um potro bem bueno
Um dia se encontrou com
Algum ginete dos mais buenos.
Que fez da hora de muntar
No lombo que jogava forte.
Seu altar prá costear a própria
Vida.
Que a cada doma de um potro
Novo na lida.
Um novo combate de campo
Se faz.
E na hora de sentar as garras
Na sina domeira, o silêncio
De um prece, atando aos garoes
Um par de garras.