Da Sina Domeira.

Era combate de guerra

Entre potro e ginete.

Aquilo era força bruta a

Campo fora.

Alma minha que ia enforquilhada

Aos corcovos do maula

Que se blandiava da lombo,

Procurando a bolcada.

A morte fazia madrinha

Prá ver se ganhava mais

Um reponte de almas.

Enquanto jogava na carpeta

Mais alta, que era a vida.

A estância se silenciava quando

Ouviu cortar os ferros dos potros

Que foram um a um metendo a cara

E boca no bocal.

A mangueira era pequena

Que sempre num grito:

- De abre a porteira!

Prá sair a campo fora.

Pelear com sorte e talvez

Arrancar sorrisos de quem

Fica pela travas da mangueira,

A mirar quem gineteia.

É quando potro corta os

Ferros que se vê que o campo

Tem mais sentido prá um

Ser.

Que alma de campo vive

No meu coração, pulsando

Forte.

Que numa ginetiada prá

Domar que esperança paleteia

Com a sina de ginete.

Que nas esporas que fazem

Como adagas no duelo de

Potro e ginete.

Assim a lida se traz pras

Casas a vida e o rumo

Que muitos são das domas

E camperiadas.

Um potro bem bueno

Um dia se encontrou com

Algum ginete dos mais buenos.

Que fez da hora de muntar

No lombo que jogava forte.

Seu altar prá costear a própria

Vida.

Que a cada doma de um potro

Novo na lida.

Um novo combate de campo

Se faz.

E na hora de sentar as garras

Na sina domeira, o silêncio

De um prece, atando aos garoes

Um par de garras.

Ginete
Enviado por Ginete em 12/02/2009
Código do texto: T1435792
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.