Assovios

Um assovio saia da culatra

No fiador outro mais milongado,

Um dos ponteiros

Da tropa, assoviava um carinho de uma

Morena.

Estalos de relho, e de vez enquanto

Um grito chamava a ponta.

A tropa fazia uma toada nos

Cascos, e assovios a campo fora.

O campo levava tempos prá ver

Uma tropa grande.

Os poveiros da beira da linha,

Miravam com certo apreço.

Cavalo de muda na ponta,

Se misturavam com a potrada xucra.

A madrinha com o sino

Ia repontando os desgarrados.

E acordava o campo adormecido

Pelo sol da tarde.

Assovios que saiam de bocas

Que gritam forma!

De índios que o tempo,

Não passou, e são o campo

Na essência.

Coplas que em assovios,

São ouvidos pelo campo.

Prá depois num mate com a

Tropa,se estendendo em algum pouso,

Reculutar as cosas da alma.

A tropa que tem potros.

De muda e xucros comprados

Lá na banda oriental.

Vem escarcessando, até

No destino, prá um a um

Meter a cara buçal.

E prá depois assoviar um vaneirão,

Voltando pras casas depois

De um bailongo, no bolicho do posto.

A min me basta ouvir.

E assoviar nas volteadas

A campo afora.

Prá chamar a ponta.

E fazer uma copla se perder

No vento.

Ginete
Enviado por Ginete em 07/02/2009
Código do texto: T1426527
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