Copla E Tempo

O tempo belea cada um na sua hora.

Nos mostra que o tempo anda

A todo galope.

Enquanto agente vai ao tranco

Buscando a volta, dos tantos que

Ficaram nas volteadas pras casas.

Tempos de anciãs e sonhos que se

Agrandavam pelo corredor.

Uns sonhando com corda e milonga

E outros não tinham sonhos por serem

Pequenos demais.

Os rumos foram desenhando

Saudades de tantos ginetes bueno

E prendas que jogavam truco

Melhor que muito homem!

Anciãs que me mostra pelo

Calor do mate amargo.

Os tempos de reculutas calmas

E potros em carreiras pelo corredor.

A tempos tenho essa velha

Saudade de tantos e tantas

Morenas bonitas.

Solidões que povoam meu mate!

De tantas coplas e tantas domas

E donas que ficaram nas cosas

Da alma.

Amigos que o tempo fez ir

E corredores diferentes, por circunstâncias

Da lida e da vida que foi, se abagualando

Solita a campo afora.

Cortando o rastro da sorte,

Em apostas altas na carpeta de vida.

Então busco a volta

Dos potros na domas prá depois da lida

Rever tantos que são parte de um

Tempo bueno que ficou guardado na alma.

Que o tempo era grande

E hoje se tornou pequeno,

Nas camperiadas da lida do dia.

Eternas morenas, que amei

ou foram ouvintes de coplas

Que se perderam no vento.

Eternos ginetes que me amadrinharam,

Ou amadrinhei a campo fora.

Mesmo assim só o tempo

Ginete da vida.

Sabe o jeito, e tempo

Pras cosas da alma.

Na recolutas da cavadura

De um mate.

Num fim de tarde

Que se gasta devagar.

Com o baio da tarde secando

O lombo pela ramada.

Das tantas cosas que no tempo

Ficaram guardadas.

Por entre bastos e potros.

Ginete
Enviado por Ginete em 10/01/2009
Código do texto: T1378353
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