Assovio e Milonga
Calejou as mãos nas cordas
das rédeas, segurando mais
firme que a trama do laço.
O pulso forte de tanto fazer
queixo roxo virar prá
os dois lados.
A pilcha da lida.
Sovada e a bota marcada
de tanto atar as garras, sem pressa.
Assoviando uma milonga.
Na sua estampa carrega
o mundo nas garras.
Gastando basto, pingo pela estrada
cruzando rastro dos refugador.
Repontando anseios por
diante.
As mãos grossas no entrar da noite,
enquanto os grilos cantam o
lusco fusco da noite.
Uma guitarra entra de manso.
Fazendo o toque sereno seguir
o corredor.
E as mesmas mãos grossas,
açoitadas pela lida bruta.
Abraçam o corpo floreando
de uma guitarra, que se abaguala
num posto.
Trazendo coplas nas dobraduras
dos bastos.
Prá os ventos carregarem campo afora.
E prá sussurrar nos ouvidos de um
certo alguém.