Assovio e Milonga

Calejou as mãos nas cordas

das rédeas, segurando mais

firme que a trama do laço.

O pulso forte de tanto fazer

queixo roxo virar prá

os dois lados.

A pilcha da lida.

Sovada e a bota marcada

de tanto atar as garras, sem pressa.

Assoviando uma milonga.

Na sua estampa carrega

o mundo nas garras.

Gastando basto, pingo pela estrada

cruzando rastro dos refugador.

Repontando anseios por

diante.

As mãos grossas no entrar da noite,

enquanto os grilos cantam o

lusco fusco da noite.

Uma guitarra entra de manso.

Fazendo o toque sereno seguir

o corredor.

E as mesmas mãos grossas,

açoitadas pela lida bruta.

Abraçam o corpo floreando

de uma guitarra, que se abaguala

num posto.

Trazendo coplas nas dobraduras

dos bastos.

Prá os ventos carregarem campo afora.

E prá sussurrar nos ouvidos de um

certo alguém.

Ginete
Enviado por Ginete em 06/01/2009
Código do texto: T1370639
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