Mirando o Mundo
Na barra do dia,
ainda lavando o rosto
no tanque do galpão.
Charlava com o patrão velho.
Dessas cosas que o mundo
velho anda rumando.
De secos tateando a luz,
nos largos corredores das
cidades e capitais.
Dos muitos que entragam
a vida, por pouca plata
só prá viver na boca dos
outros.
Essa hora revia nos meus olhos
umas das idas na cidade.
Dos gurizitos que se escondem
na incerteza de um cruzo de corredor.
Prá depois talvez se deitar
nos pelgos finos de papel.
E vivendo dos restos dos outros
que fazem que não verem.
E talvez no finzito de ano fazer
algo?
Nessa máquina louca dos senhores
de gola branca que tiram dos outros
prá seus regalos.
Esse holocausto que hoje se vive
na capitais, onde nos morros
se vive com medo da lei.
Que mata e respeita as dos
ladrões.
Esse mundo velho que
de ontem, dos de campo
largou alo leu.
Que anda correndo mais que pingo
de carreira.
Quando algum desses cruzar há fita,
e sofrenar talvez não segura ou não
agüenta o queixo e rebenta o bocal deste mundo.
Hoje até no meu rincão,
há erva que não é prá o mate.
Faz espera no corredor.
Esse mundo ta se perdendo
na liberdade e largando
as rédeas da doma.
Largando povoeiros das escolas
só amanunciados e não
educados.
Então no estender da mirada
no parado de um rodeio,
talvez ouvi Deus charlar:
-Que só o tempo ajeita
o ginete que anda no mundo
por amanuciar há vida!