Poema das Mãos

Estendo a mão ao céu, recebo a graça

Na festa, com a mão, saúdo a vitória

Vencedor, com a mão levanto a taça

Feliz, bato palmas pela glória.

Mãos usadas no ato de acariciar

Dedos importantes apontam a direção

Substituem a fala do mudo, ao se comunicar

Alertam, fazem parar, chamam a atenção.

Mãos com sinais e linhas importantes,

Quando envelhecemos, denunciam nossa idade

Levam o adeus para as pessoas distantes

Se entrelaçam, quando o amor é de verdade.

Conduzem e encaminham as crianças.

Embalam no colo, com carícias o neném

Mãos postas respeitam e rezam as esperanças,

Fazem o sinal da cruz, terminam com amém.

Também são usadas e praticam o mal,

Castigam cruelmente, manejam a palmatória.

Injetam no homem condenado a injeção letal

Escrevem mentiras e verdades da história.

Plantam e colhem hortaliças de uma horta

Preparam saladas e o pão que alimenta.

Na tristeza massageia o coração e conforta.

Não me deixa cair, firme me sustenta.

Conservam esquerda e direita companheiras

Socorrem no perigo e interferem se preciso,

Abandonam a meiguice, viram guerreiras,

Para os condenados batem o martelo em juízo.

Mãos unem e carregam as alianças

Selam os compromissos dos casamentos,

Conduzem os casais cheios de esperança

Fiéis às juras destes acontecimentos.

A cigana encontrou traços na minha mão

Que indicam a angústia de amante apaixonado.

Acompanhou o meu segredo na solidão,

Prometeu ajudar e viver sempre ao meu lado.

Não é só na minha mão, que existem, eu sei

Todas as mãos trazem o destino traçado.

Não e meu privilégio, para todos é lei,

Nossas mãos têm o futuro registrado.

Diamantino Pinho
Enviado por Diamantino Pinho em 13/12/2008
Reeditado em 13/12/2008
Código do texto: T1333650
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