Madrugadas poéticas
Vento frio na espinha a fio
Vejo as folhas brotar e outras voarem
Sinto minha vontade num desvio
De querer fugir e minhas manias se soltarem
De querer me afogar nesse céu anil
Agora sei os que não são, mas ser, querem.
A inspiração fluente, consciente e viril.
Jovens morrem como morrem as poesias
De um jovem poeta pseudoimbecil
As coesões das contradições de um discurso
Nada dizem de importante, naquele instante.
Sinto-me vibrante, em pintar o crepúsculo.
No púrpuro vibrante igual meu sangue escaldante
De noite meus instintos afloram
Viro um animal, animal sentimental.
Dessa vida para-normal
Obedeço às leis para ser um normal
Mas as leis do coração
Dominam-me, ao amanhecer.
De esse ser inteligente e principalmente
Banal, sou como todos iguais.