De Onde Será Que Vem
Uma milonga surgiu
Na idéia.
Surgiu antes de chegar nas
Casas.
Foi mais uma de tantas
Que fiz sob os bastos.
Ouvindo o bater de patas
No chão.
O trin das esporas com
O canto dos bastos, saem
Coplas, que se entropilham
No campo das idéias,
À espera de ser embuçalada
E por bocal.
Prá ser domada nas linhas
Do caderno ou do papel
Do embrulho da venda.
Não sei de onde vem
Tanto verso.
Talvez seja do fundo
De minha alma.
Ou da minha origem
Torena.
O meu verso foi por
Onde escrevi minha
Vida.
E a dos outros.
Das minhas domas.
São coplas, que se misturam
Com o pó do corredor.
Pelas dobraduras dos
Bastos.
A minha alma é milongeira.
Faz coplas ao tempo
E no meio da lida.
É assim meu jeito.
Copliando.
Escrevendo na folha
Do vento.
Que carrega meus
Versos pelos campos
Afora.
Que saem corcoveando
A campo.
Que as vezes chega me
Atormentar as idéias.
Que me faz buscar
No descambar das auroras
Freio.
Prá um potro que sempre
Ganha as coxilhas e atalhos
De minha alma sem
Luxo.
Ginetinho...