De Onde Será Que Vem

Uma milonga surgiu

Na idéia.

Surgiu antes de chegar nas

Casas.

Foi mais uma de tantas

Que fiz sob os bastos.

Ouvindo o bater de patas

No chão.

O trin das esporas com

O canto dos bastos, saem

Coplas, que se entropilham

No campo das idéias,

À espera de ser embuçalada

E por bocal.

Prá ser domada nas linhas

Do caderno ou do papel

Do embrulho da venda.

Não sei de onde vem

Tanto verso.

Talvez seja do fundo

De minha alma.

Ou da minha origem

Torena.

O meu verso foi por

Onde escrevi minha

Vida.

E a dos outros.

Das minhas domas.

São coplas, que se misturam

Com o pó do corredor.

Pelas dobraduras dos

Bastos.

A minha alma é milongeira.

Faz coplas ao tempo

E no meio da lida.

É assim meu jeito.

Copliando.

Escrevendo na folha

Do vento.

Que carrega meus

Versos pelos campos

Afora.

Que saem corcoveando

A campo.

Que as vezes chega me

Atormentar as idéias.

Que me faz buscar

No descambar das auroras

Freio.

Prá um potro que sempre

Ganha as coxilhas e atalhos

De minha alma sem

Luxo.

Ginetinho...

Ginete
Enviado por Ginete em 25/09/2008
Código do texto: T1196102
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