De Quem Passou No Corredor

Surgiu uma silhueta de

Poncho e cavalo pelo canto

Do corredor.

Só se ouvia contra passo

Trotiado de um flete da

Lida e o bufões prá espantar

O frio da noite.

Firmei os olhos no corredor

Com uma das mãos no mate.

Talvez trouxeste um chasque?

Ou ia ligeiro pras casas.

Trazia a luna por seu costado

Era o campo rompendo

A noite escura.

O brilho do estribo pratiado

Mostrava que o índio era

Patrão, ou tinha sido

Dono de uma ginetiada.

A capa trazia detalhes

De requintes de patrão.

O chapéu não tava

Desabado.

E o barbicacho era de

Alumiar na escuridão.

Numa das mãos

Escondidas por de baixo

Da capa negra.

Um rebenque de luxo.

Cabeça de prata e ouro.

Depois que esse índio

Cruzou pelo corredor.

Que pudesse ser mais

Um forasteiro.

Mas tinha jeitos de vaquiano

Vindo das fronteiras prá serra.

Ele cruzou em seu destino

Talvez procurando um rumo

Prá vida.

Sumiu como veio pela

Escuridão, rasgou a coxilha

E foi sem ninguém notar.

Podia estar fugindo de uma

Percanta.

Mas não sabia quem era!

Ginetinho...

Ginete
Enviado por Ginete em 24/09/2008
Código do texto: T1194233
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