Prosa e Palavra

Quando a palavra afia

Esporas e risca na voz.

O mundo ganha olhos

De raiva e dor.

Por uma palavra muda

O tempo e espaço.

Encurta o laço de afeto

Ou senta nas maneias.

As palavras as vezes tem

A sina de não dizer nada,

De ser só gritos e urros.

Minha palavra não deixo prá

Depois ou na voz de outros,

Ela que me lembra de amores

Tantos e da lida que mora em

Meu peito.

A palavra é palanque bem fincado

Prá segurar um sotreta.

Mas também é arma de

Guerra sem ferir a carne.

A voz junto da palavra.

Vira musica, verso e poesia.

Mas junto da voz pode

Trazer a dor.

Ela no mesmo instante

Que faz sorrir sem ter noção,

Do tamanho da felicidade.

Mata e jura o fim

De algo.

Ah! Minha palavra prá

Min vale como assinatura

De contrato.

Que as vezes me torna

Mais palavra do que gente.

É ela que me traz sorrisos

E olhares de boeira.

Que faz viver.

Ter sonho na sua rédea

Na copla, que sai das tropilhas

Indomáveis de vários pelos,

E jeitos das letras.

Se ajuntando prá fazer

O sorriso do outro que lê

Com o pensamento

No verso escrito.

E duma palavra prá outra

Sai a charla mansa

Que nós ouvidos de alguma

Morena faceira vai se amansando

Pela palavra bela.

Ah!

Minha palavra.

Ginetinho...

Ginete
Enviado por Ginete em 24/09/2008
Código do texto: T1194229
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