A Grito E Pelegaço
O casamento tinha tudo
Desde patrão e ginete dos buenos.
Era um luxo só das prendas
Do posto.
O noivo entrou arrastando espora
Mui bem pilchado numa fatiota
De fandango.
Bombacha preta, e camisa preta
Mais parecia um corvo
Doque noivo.
A noiva mais tarde se chegou
A grito e pelegaço do pai
Que tirou do carro com ajuda
De outros dois.
E ainda quase trouxe porta.
O noivo de sorrindo de toda boca
Sonhando com a noite.
Se deu o padre a fazer o casório.
Pingo na soga na frente da igreja
E outro amarrados nas cercas.
Os mais ricos veiram de carreta.
A noiva na hora do sim
Dizia que não!
Mas o pai dizia que sim
Nesse entrevero até o patrão disse
Que sim!
Então depois do padre fazer as benzeduras
Disse que o beijo podia dar na noiva.
Mas foi ao contrario a noiva
Pulou encima do noivo já querendo pelia.
Tiraram a noiva denovo a grito e pelegaço,
Que saiu soltando manotaço pelo ar.
O noivo faceiro ficou estendido no chão,
Pedindo cancha pra luta com um sorriso no rosto.
As amigas das noiva umas xiruas bonitas
Achavam bem, lindo o retoco da outra.
Então se deu o surungo.
Era aquele entreveiro de gente pela sala.
Polvadeira se levantava
Uns pelos cantos se emborachando
E comendo carne.
A noiva dançou a valsa
E já sumiu com o noivo.
Voltaram depois de no fim do surungo.
Dar um até breve prá os convidados.
Pois a lua de mel vai ser
Num ranchito na beira linha
Onde o noivo fez pras os dois.
Este foi um casório onde
O padre bebe canha e conta causo.
Onde tem churrasco gordo
Prá engordar lombrigas.
Mas a noiva escramuçava
Na frete do povo.
Ginetinho...