Guasca Largado
Cusco gordo na corrente
Inveja o guaraxaim
Que, embora magro, al fim
Não terá sido maneado.
Guará de grota, aporreado,
Não nasci prá ser sogueiro.
Nem o sovéu do dinheiro
Me fez bater no alambrado.
Sou dono do meu focinho
Na sombra do meu chapéu.
Visgo, arapuca, mundéu,
Tenência doble que empaca
Como petiço arataca.
O touro na tropa alheia
Ou vira boi ou peleia
Pra não berrar como vaca.
E agradeço ao Patrão Grande
Por toda esta liberdade.
Por não morar na cidade,
Pelos rastros no passado.
Meu Patrão, muito obrigado
Por ter me feito um gaudério.
Por, só temer o teu mistério
E ser um guasca largado.