Tailleur Azul Anil
Era um domingo de tarde
Naquele fim de setembro.
Que saudade quando eu lembro...
Voltava da capital
No rumo do litoral.
A minha égua tostada
Marchava, rédea folgada
Quando eu vi, como visagem,
Do meu amor a imagem
Toda de azul na calçada.
Me pareceu que esperasse
No ponto da condução.
Ali, por pouco, o meu coração
Não me salta pela boca.
Foi mesmo uma coisa louca,
Provavelmente um delírio.
Mas, certamente, um colírio
Que, aos olhos, quanto apareça,
Não me sai mais da cabeça
Como se fosse um martírio.
No mesmo instante seguinte
A imagem dela sumiu.
Aquele azul se esvaiu
E eu fui tocando a troteada.
Agradeço a Deus esta olada,
Que sou um xirú de coragem: