Saudade da China
Ando torto que só vendo...
Inda ontonte o mês de agosto
Me trouxe mais um desgosto
Pra ser pedra em meu caminho.
Fiquei, de novo, sozinho.
A minha china querida
Que foi tudo em minha vida,
Não quis mais o meu carinho.
Ficamos, eu e o guaipeca,
No rancho, quase tapera...
Eu não sei o que me espera,
Nem ele, pra donde vai.
Como visagem, no mais,
A china, quando partiu,
Deixou um rastro de frio
Que não se apagou jamais.
Não levou nada do rancho.
Simplesmente, ela partiu.
Bombeio o catre vazio
E me bate uma saudade
Que me dói, barbaridade...
Me reponta pro bolicho,
E empata que outro cambicho
Me traga felicidade.
Sentado aqui no baldrame,
Mateio à tarde, e me alembro
Que, talvez, este setembro
Seja melhor que o agosto
E me livre deste encosto.
Tomara Deus que este choro
Não me salgue muito o couro
E seque, logo, em meu rosto.
Por quantos caminhos tortos
Tem que cruzar o vivente
Pra descobrir, de repente,
O quanto amava a teatina.
Mas, se o que é bom se termina,
O mal, também, qualquer dia,
Se vai, tosado, a-la-cria
Co’a saudade dessa china.