Entre Lidas e Artes
O touro dono da coxilha
Tava na outra ponta
Do laço velho.
Eu ainda gurizito
Do outro lado, com
Medo mostrando nós
Olhos.
Voltemia o touro
Repuchava o laço velho,
Que o laço quase
Rebentava.
Eu tava na outra ponta
Com medo.
Era só um guri.
De corpo franzino.
O lenço vinha pela
Cintura.
Ainda era assustado,
Ali vi que meu mundo
Era de campo.
Mas o laço era velho.
E eu fraco prá segurar
O touro osco.
As mãos fina de guri
Seguravam com toda a
Força.
Não adiantava prá o touro.
Apreendi que um
Homem as vezes deve
Ter medo.
Não da vida, mas
Do destino maleva.
Que sempre apronta
Das suas.
Se atira no freio.
E ainda me lembro
Do laço velho.
Me lembro vivo
Na parede do galpão
Da memória.
O guri de campo,
Na outra ponta do
Laço.
Com os olhos,
Firmes na porteira
Da mangueira.
Prá ver alguma figura
Prá voltar prá o
Bodoque.
Ginetinho