Entre Lidas e Artes

O touro dono da coxilha

Tava na outra ponta

Do laço velho.

Eu ainda gurizito

Do outro lado, com

Medo mostrando nós

Olhos.

Voltemia o touro

Repuchava o laço velho,

Que o laço quase

Rebentava.

Eu tava na outra ponta

Com medo.

Era só um guri.

De corpo franzino.

O lenço vinha pela

Cintura.

Ainda era assustado,

Ali vi que meu mundo

Era de campo.

Mas o laço era velho.

E eu fraco prá segurar

O touro osco.

As mãos fina de guri

Seguravam com toda a

Força.

Não adiantava prá o touro.

Apreendi que um

Homem as vezes deve

Ter medo.

Não da vida, mas

Do destino maleva.

Que sempre apronta

Das suas.

Se atira no freio.

E ainda me lembro

Do laço velho.

Me lembro vivo

Na parede do galpão

Da memória.

O guri de campo,

Na outra ponta do

Laço.

Com os olhos,

Firmes na porteira

Da mangueira.

Prá ver alguma figura

Prá voltar prá o

Bodoque.

Ginetinho

Ginete
Enviado por Ginete em 13/06/2008
Código do texto: T1032429
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