O corpo

O corpo, essa máquina,

Extraordinária invenção!

Abriga subjetividades,

Espíritos, devaneios.

Mais de cem mil medidas

Em veias, capilares e artérias.

Esponjosos vitais,

Cone invertido do sentir.

Emaranhado encefálico

Do pensar. Das mucosas.

Tecidos, fibras, células

Do mover. Do falar.

O corpo, essa máquina,

Extraordinária invenção!

Abrigo da vida, dos afetos,

Dos prazeres carnais.

Dos prazeres sensoriais,

Das dores físicas e cheiros,

Do cabelo bonito e da saudade,

Do arrepio ao sussurro.

Corpo do hálito

Das mãos dadas

Da crença e do sonho

E dos remédios necessários.

O corpo, essa máquina,

Extraordinária invenção!

Da voz, do tato, do olfato

E do paladar do beijo.

Ah! O beijo que beija o corpo!

Que remove tristezas

Que sente e faz sentir

A combustão, no corpo!

Corpo da lágrima, da saliva,

Do catarro, do sêmen,

Corpo do orgasmo!

O corpo. Não é pouco.