VENHA!
Sou intenso na intensidade do desejo!
A volúpia não passa em caminho estreito
Para haver prazer não pode existir pejo!
Não é livre o rio que se comprime no leito.
Rio parado vira lodo pantanoso!
Sangue parado é sangue que coagula,
Deixe jorrar o rio do seu gozo!
Liberte esse desejo que te estrangula.
Há que se entregar de corpo, alma e coração!
Há que se arremeter de ponta cabeça,
Não vai às alturas que não sai do cômodo chão!
É mister que ao desejo sempre se obedeça.
Deixe-o conduzir em seu rio sem relutar!
Deixe-se arrostar nas suas profundezas,
Amalgamado à ele revolva as águas do mar...
Jorremos juntos em livres correntezas!