A janela da luxúria

No crepúsculo que te veste,

Os véus da noite se desfazem,

Entreabro a janela, silenciosa,

E vejo o desejo que arde em teus olhos.

Tua pele, poesia de marfim,

Desliza lenta sobre a seda fria,

Num sussurro que acende as estrelas,

Tens no toque a promessa do proibido.

Meus dedos seguem o traço do mistério,

Mapeiam cada curva do teu querer,

No contorno da tua boca sedenta,

Sinto o gosto da fome que nos consome.

Teu corpo dança, segredos expostos,

No ritmo lento de quem conhece o prazer.

Nossos olhares, faíscas no escuro,

Gravitam, se atraem, sem espaço para o pudor.

És o fogo que queima sem pressa,

Chama que não se apaga,

No balé mudo entre lençóis,

Onde cada gesto é confissão.

A janela da luxúria aberta,

Não há recuo, não há demora,

Somos dois corpos, um só desejo,

Que se dissolve na madrugada infinita.

Betaldi
Enviado por Betaldi em 19/09/2024
Código do texto: T8155443
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