Uma Dose De Amor
Nesta nebulosa e gélida tardinha,
Desejo mais que tudo, teu café saboroso,
Que antecede a penumbra da noitinha,
Em nosso intenso prosear fabuloso.
As xícaras rapidamente são esquecidas,
Perante os olhares lascivos.
As peles outrora, mornas, estão aquecidas,
Diante o rubor em preparativos.
A mesa, que era o abismo entre nós,
Tornou-se leito, pra os corpos sagazes.
Xícaras vão ao chão feito dominós,
Ressoando seus estalos fugazes.
Mãos percorrem cabelos, loucamente ávidas.
Lábios se enroscam em frenesi.
Almas se entrelaçam, mais que impávidas,
De forma sublime, que jamais esqueci.