Ela despida
No silêncio da noite me conheço
É como pensamentos flutuantes
Imerso ao engordo da alma
Descoberto pela estranha sensação de existir.
O prazer efemero
É como um cálice ao anoitecer
As cortinhas se abre
Alguém bate na porta
E você paralisado fica.
O profano não faz mais sentido
A dor é agora uma doce amiga
É um alivio não mais pensar em você
É a compulsão de poder voltar a sorrir.
Ela entra, ainda paralisado fico
Me conta seus segredos, a cor que mais gosta
E o vinho que deixou de tomar para me conhecer
A noite passa, e não faz mais nenhum sentido.
Não sei mais se discuto sobre Platão ou Deus
E para que ter razão?
Se no final tudo se resume em pura ilusão
Agora já é tarde e o cálice cai sobre a mesa.
Ela despida, me conta sobre a beleza
O toque suave de suas mãos
E sua complexidade evidenciada em seus olhos
Trás um encanto que outrora será como a morte.
Lá depois da meia noite
Eu pego meus livros
Cheiro as lembranças de historias
Falo comigo mesmo
Por que fui abrir essa porta?