Curvas que alucinam

Sóis noturnos, luas vagas, corpo nu, teu, que sinto, absinto, veneno de prazer.

Mata e geme, néctar de leite, doce o amanhecer, de curvas que aquecem, que espanta tristeza.

Um beijo e alucino, viajo entre os mundos, no cosmos, nas entranhas de ti.

Um Vesúvio, lava quente, um amor que não se esquece.

Ouvem de paredes, orelhas grandes, olhos que te buscam.

Da gana e desejo, do sabor de favo e mel, manjar de um deus, mastigo o doce de você.

Línguas afoitas, buscam uma felicidade curta, findam num caminho sempre sós.

E o moço, que deleita de um amor de divindade, de lambuso, caldas nobres, o meu paladar de degusto.

João Francisco da Cruz