Noite Alta

Noite alta, dormem as almas dos homens.

Mesmo assim os amantes se encontram sob a pouca luz do íntimo átrio.

Os olhares correm sobre as curvas provocantes.

Olhos curiosos.

Olhos desinibidos.

Um abraço molhado.

Mãos de veludo passeiam sem medo sobre a pele nua e crua.

Um arrepio impiedoso fustiga a epiderme.

Um gemido baixo escapa.

O beijo desejado une as carnes, calando a voz debaixo do desejo.

As línguas quentes se encontram fervorosamente nas bocas alheias.

Sexo.

Órgãos rígidos e molhados.

Sexo fervoroso, amor selvagem. Pleno.

Amor.

Um balé nervoso e pulsante, dançando desenfreado entre os lençóis brancos do quarto escuro.

Sexo sem medo, sem pudor e sem amarras, onde tudo acontece, tudo é bem vindo, tudo tem seu lugar.

O encaixe da carne macia é perfeito, universal.

Falta o ar, sobram gemidos e fluídos.

Gritos de prazer insistentes penetram sem cerimônia as paredes virgens engolfadas pela madrugada cor de carvão.

Para eles é como nascer, só que um milhão de vezes mais prazeroso e caótico.

Noite alta, gozam as almas dos amantes.

The Q
Enviado por The Q em 13/06/2024
Reeditado em 13/06/2024
Código do texto: T8084858
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